quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Desenhei palavras ao vento
Fiz das flores rosas
Doei meu coração
Fiz das lágrimas razão
Para um novo sorriso
Viajei nas nuvens
Me queimei ao sol
Me molhei na chuva
Me prendi no anzol
Virei peixe
Já fui flor
Hoje sou pássaro
Carregado de amor
— C. Stender

Espera
Daqui a pouco a brisa vem
E te leva
Sozinha, ou com alguém
Espera
O barco já vem
Com sua vela enorme
Para te carregar, meu bem
Espera
Nunca será tarde
Para amar
Você só precisa esperar.
— C. Stender em Espera

Amar:
Amava
Amo
Amarei.
Amou
Ama
Amará.
— C. Stender

Existem pessoas
Difíceis de esquecer
Têm outras
Que a gente esquece
Sem ao menos perceber
— C. Stender

Tenho medo
Tenho medo da vida
E do que ela pode oferecer
Apesar de que sempre vou negar
O que não me interessar
Tenho medo de perder-te
Medo de descer uma escada sem degraus
De pisar num chão sem piso
E de encostar-me numa parede sem lados

Tenho medo de cair d’um precipício
Ou n’um buraco negro
Numa ladeira sem fim
De sabores
De desejos
De coisas que se eu quiser ter, um dia
Não irei conseguir
Eu tenho medo.

— C. Stender

Palavras têm poder
De carregar
E de soltar
Mas quando solta
É n’uma queda sem fim
Sem começo
Sem colo para te apanhar
Palavras sopram
E sugam
Sopram as pessoas
Sugam de volta
Sopram a carência
E sugam de volta, também
Palavras transformam
O que um dia foi longe
Em perto
O que um dia foi perto
Em longe
Palavras confortam
Magoam, também
Confortam o desacarinhado
Magoam o que tem amor
Palavras choram
Choram tristeza
Temor…
— C. Stender

Poesias e cantigas
Desenrolam-se a cada verso
A cada trilha
A cada lida
A cada história
— C. Stender


Um coração sorridente
Uma alma transparente
Um alguém para abraçar
Ou então, só para amar
É o que a gente quer
— C. Stender

Um pouquinho de amor
Mais um pouco de razão
Um pouquinho de rancor
N’um leve coração
— C. Stender

Tomou um tiro no peito, não sabia o que dizer
O amor já não era mais perfeito
Como pensava que deveria ser
Os dias frios voltaram, não existe mais o belo amanhecer
— C. Stender